Quando juntamos os termos «saúde» e «cozinha» pensamos imediatamente em frutas, vegetais e cereais integrais — e no cada vez mais citado «somos o que comemos», certo? Basicamente: alimentação saudável ou equilibrada. Porém, a relação entre saúde e cozinha vai muito além da componente nutritiva. Já ouviu falar em segurança alimentar?
A segurança alimentar é essencial na preparação e confeção de refeições e na manutenção da cozinha. E não estamos a falar de como lidar em caso de incêndio ou fuga de gás — mas sim de procedimentos adequados para limpar utensílios, superfícies e eletrodomésticos e para garantir o bom estado de alimentos e refeições para consumo.
Ter uma cozinha devidamente higienizada e optar por alimentos seguros é, assim, fundamental para uma vida saudável — mantendo a sua família protegida de complicações.
Conheça, assim, 6 passos para uma cozinha mais saudável
1. Lave as mãos com água morna e sabão
Parece um conselho básico, mas muitas pessoas saltam este passo vital ou não o cumprem com a devida frequência e de forma apropriada. É importante que retenha que passar as mãos por água fria, com ou sem sabão, é o mesmo que não lavar!
Para uma eficiente higienização das mãos procure lavá-las regularmente com água morna ou quente e sabão, durante pelo menos 20 segundos, antes e após o manuseio de alimentos. Este passo é particularmente indispensável após o contacto com carne crua.
2. Troque os panos e as esponjas de cozinha
Substitua com frequência os panos de tecido utilizados na cozinha, lavando-os a uma temperatura mínima de 40 ºC, idealmente mais — e descarte as esponjas e os panos multiúsos antes mesmo de mostrarem sinais de degradação.
Estes artigos descartáveis, quando a uso, devem ser regularmente lavados em água morna ou quente e sabão — especialmente depois de serem usados para lavar utensílios ou superfícies que contactaram com alimentos crus.
Se possível, recorra a esponjas e panos resistentes a germes e a sabão antibacteriano ou desinfetante. São produtos que se encontram facilmente nos supermercados. E tente manter estes artigos secos — molhados favorecem o crescimento de bactérias.
3. Lave os utensílios de cozinha
Insistimos na água morna ou quente e no sabão — faz mesmo a diferença — também com os utensílios de cozinha e após cada utilização. E quando dizemos «cada utilização» é mesmo «cada». Não é por tarde ou noite na cozinha. Damos-lhe um exemplo prático:
Se usa uma faca para cortar os peitos de frango deve lavá-la adequadamente (água quente e sabão) antes de a utilizar para cortar cenouras e alho francês. Passar por água fria não é suficiente. E quem diz facas diz tábuas, passando por todas as superfícies — como as bancadas.
4. Higienize os eletrodomésticos de cozinha
Quem nunca experienciou uma explosão de tomate e queijo no micro-ondas, deixando-o totalmente salpicado de cima a baixo? E quem nunca se esqueceu de o limpar até à utilização seguinte, chegando mesmo a usá-lo novamente antes da devida higienização?
Trata-se de sujidade cada vez mais entranhada, submetida a elevadas temperaturas — o que perpetua a disseminação de substâncias prejudiciais. Ora, é uma situação facilmente evitável, nomeadamente com gadgets que nos facilitam a vida.
E a higienização dos grandes eletrodomésticos também não pode ficar esquecida, como o forno, o frigorífico e o congelador. Idealmente o frigorífico deve ser limpo uma vez por semana, o forno uma vez por mês e o congelador uma vez a cada seis meses, após descongelação.
5. Utilize corretamente o recurso ao frio
Tanto do frigorífico…
Coloque alimentos e refeições perecíveis o mais rapidamente possível no frigorífico — no máximo até duas horas após confeção — e mantenha-o a uma temperatura de 4 ºC ou menos para evitar o aparecimento da maioria das bactérias.
… Como do congelador
Um lema a reter: a congelação deve ocorrer o mais rapidamente possível e a descongelação o mais lentamente possível. Procure congelar alimentos crus ou refeições confecionadas no máximo até duas horas após a preparação — e descongelar alimentos ou refeições lentamente.
Exemplo: para cozinhar ao almoço uns bifes que se encontram congelados, retire-os do congelador e coloque-os no frigorífico na véspera à noite; para cozinhá-los ao jantar do próprio dia, retire-os do congelador e coloque-os no frigorífico nessa manhã.
Sabemos, contudo, que na correria dos dias nem sempre é possível planear refeições com antecedência — e que por vezes precisamos de acelerar o processo de descongelação. Há várias opções aqui, sem que o alimento perca qualidade para consumo.
Pode recorrer a água fria corrente, aos programas de descongelação que a maioria dos micro-ondas proporciona ou ainda a tábuas de descongelação.
6. Ponha a saúde em primeiro lugar
No que toca à segurança na cozinha não descure o que parece secundário. Considere ainda estas orientações finais:
- Mantenha os alimentos crus separados dos alimentos cozinhados, desde o carrinho do supermercado, aos sacos de transporte, ao frigorífico e congelador.
- Passe as frutas e os vegetais por água abundante antes de os consumir. Para maior segurança pode mesmo deixá-los de molho, em água fria, com umas gotas de vinagre.
- Limpe a parte superior dos enlatados antes de os consumir — e nunca os use para acondicionar possíveis sobras do conteúdo. Transfira-o sempre para um recipiente apropriado.
- Procure cozinhar alimentos ou aquecer refeições congeladas logo após a descongelação completa. E cozinhe a elevada temperatura: o calor mata os germes.
- Fundamental: na dúvida quanto à condição de determinado alimento ou refeição, cru ou cozinhado, não o consuma. Descarte. A saúde em primeiro lugar.
A segurança na cozinha não é um bicho de sete cabeças. Pelo contrário, envolve apenas a criação de pequenos hábitos que rapidamente entram na rotina. Vai procurar colocá-los em prática?
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